21 agosto, 2012

O Poeta e o Lógico



Mão com esfera refletora. Obra do famoso artista gráfico M.C. Escher.

"Em todas as partes vemos que os homens não enlouquecem sonhando. Os críticos são muito mais loucos que os poetas. Homero é completo e bastante calmo; os críticos é que o rasgam em trapos extravagantes. Shakespeare é exatamente Shakespeare; apenas alguns de seus críticos é que descobriram que ele era alguma outra pessoa. E embora João, o evangelista, tenha visto monstros estranhos em sua visão, ele não viu nenhuma criatura tão louca como um de seus comentadores. O fato geral é simples. A poesia mantém a sanidade porque flutua facilmente num mar infinito; a razão procura atravessar o mar infinito, e assim torná-lo finito. O resultado é a exaustão mental, como a exaustão física do sr. Holbein. Aceitar tudo é um exercício, entender tudo é uma tensão. O poeta apenas deseja a exaltação e a expansão, um mundo em que ele possa se expandir. O poeta apenas pede para pôr a cabeça nos céus. O lógico é que procura pôr os céus dentro de sua cabeça. E é a cabeça que se estilhaça." G. K. Chesterton, Ortodoxia.


Se você acha que o Chesterton exagerou muito, veja o documentário da BBC Conhecimento Perigoso (Dangerous Knowledge, 2007).

Obviamente o estudo e exercício da logica é fundamental para a compreensão da realidade, nossa vida prática e o desenvolvimento da humanidade, mas equilíbrio é indispensável. O melhor é ter ambos, a inspiração poética e o rigor da lógica funcionando muito bem na mesma cabeça.




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